Não tenho dúvidas sobre o quanto podemos ganhar sempre que tomamos uma atitude de espera nas nossas vidas. Tudo o que de maior podemos imaginar pode tornar-se acessível. Vivemos entre o concreto e aquilo que acreditamos que um dia possa a ser nosso. Por isso nos esforçamos, e a Vida faz-se de uma motivação multiplicada que nos enche de Consolação (é curioso ver que a origem da palavra Consolação - o estado de espírito tocado pela graça do futuro que Deus quer para nós - vem do latim con-solatio. Ou seja, estar-com (Deus = Amor) na solidão. Mas a verdade é que nesse preciso momento deixa de ser solidão).
Mas há momentos na Vida em que a solidão é a nossa mais pura verdade, é o espaço onde percebemos a radicalidade da nossa fragilidade. E a consolação surge como uma luz intensa que não nos afasta simplesmente de situações menos confortáveis, mas toma conta de nós quando tomamos decisões que apenas nós podemos tomar. E as consequências de uma decisão solitária, mas consolada e por isso confirmada, são de factos os nossos caminhos de plenitude ao encontro da nossa felicidade.
"E agora percebo com quanta razão sempre achei detestáveis as construções feitas por capricho... tudo coisas nascidas mortas, pois aquilo que verdadeiramente não tem em si uma razão de existir, não tem vida, e não pode ser grande nem vir a ser grande" (Goethe)
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