30 junho 2008

29 junho 2008

Que Noite....!


Temos, todos que vivemos,

Uma vida que é vivida

E outra vida que é pensada,

E a única vida que temos

É essa que é dividida

Entre a verdadeira e a errada

(Fernando Pessoa)

Não há nada de mais horrível do que uma noite passada num hospital. As horas são infinitas. Churchill dizia que os anos passam num instante, o que custa a passar são os minutos.E é aí que aparece o desamparo. Não estou a falar de mim, pois estava bem acompanhado, estou a falar de uma maneira geral. Daqueles que vi em real sofrimento, com dores e agonia. É óbvio que senti alguma coisa de tudo isto. Sofri, senti medo e, ao mesmo tempo, toda esta experiência também me enriqueceu. Sai-se disto com mais amor pela vida e com a sensação de que é uma honra estar-se vivo. Deus queira que possa agora mais do que nunca partilhar esta vida com os outros e com aqueles que verdadeiramente gosto e precisam de mim.


É claro que tomei consciência da minha finitude, porque todos vivemos em função de eternidades. Pensei muito nos meus filhos, e naquela pessoa que adorava que estivesse estado ao meu lado.


O dificil não foi ver a morte à minha frente, se por ventura era a morte que esteve lá... foi vê-la dentro de mim. Parecia que tinha entrado dentro de mim. Pensei "Já está cá", chegou a minha vez.


Confesso que afinal me pareceu mais fácil do que se pensa, não requer coragem, apenas dignidade e elegância.... Mas se calhar digo isso porque afinal não tinha chegado a minha hora!


Não tenho medo da morte, mas sei que vou ter muitas saudades da vida!

Nem sempre se Vê a Verdade!



Este video,que foi produzido para esta canção de um grupo Coreano, mostra toda grandiosidade do amor na sua plenitude. para mim serve como um tónico para elevar a minha alma....

27 junho 2008

Estranha Forma de Amar


Só hoje me perguntaste se sou livre....
Liberdade… liberdade é amar-te pelo que és e pelo que não és.
Como não chegas, também não partes; como não estás, não podes nunca ausentar-te.
E no entanto estás sempre presente: na ausência, na espera, no desespero… na calma dos dias vazios, na lucidez das noites perfeitas que se perpetuam no tempo, nas memórias do que passou e do que está a caminho…
A música saída do piano que tenho ouvido num serões de música Jazz, eleva-me à eternidade e faz-me voar livre para longe, para lá, mais para lá ainda onde os espinhos das rosas são de algodão doce e a chuva não tem a acidez do pranto ou da saudade.
Sabes, és o meu amor-perfeito, porque és ideal. E como és ideal, não precisas de rosto nem de corpo, nem de dedos. Alimentas-me e eu alimento-te. Nascemos juntos e morreremos juntos e para isso não precisamos de promessas.
Às vezes sorrio e adormeço assim, até acordar, no dia seguinte, com o som do despertador que também me lembra como é bom estar vivo.
Amo-te, Solidão. Mas agora que já sabes, podes ir-te embora… e depressa!

Porque há quem tenha medo da morte, medo de arriscar ou simplesmente medo de perder. O maior medo é o de não conseguir perceber a tempo que ninguém vive sem amor ou pelo menos, sem a esperança de ter um dia a seu lado, alguém com quem mereça a pena partilhar quem somos. Sabendo que uma pessoa se torna cada vez mais exigente à medida que o tempo avança e que essa exigência se transformará, a médio ou longo prazo, numa armadura de defesa à sua conquistada independência, não é difícil deduzir que tal prática repetida, conduzirá, inevitavelmente, à solidão perpétua.

26 junho 2008

Aprendemos....! Descobrimos.....!


Depois de alguns anos vividos, e tocados por uma certa maneira de ver a Vida, que só alguns têm o privilégio de entenderem, aprendemos a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma.
Aprendemos que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender-se que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar-se as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprendemos a construir todas as nossas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em vão.
Depois de um tempo, vamos aprender que o sol nos queima a pele se ficarmos exposto a ele por muito tempo. E sentimos que não importa o que os outros se importam, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceitamos que não importa o quanto é boa uma pessoa, pois sabemos que ela vai magoar-nos de vez em quando e vai ser preciso perdoá-la por isso.
Aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais. Descobrimos que leva-se anos para construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podemos fazer coisas em um instante das quais nos arrependeremos pelo resto da vida. E que as verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo com todas as asneiras que fizermos. E o que importa não é o que temos na vida, mas quem temos na vida.
Aprendemos que não temos de mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, e perceber que o nosso melhor amigo somos nós mesmos Descobrimos que as pessoas com quem mais nos importamos na vida são aquelas que aparentemente nos ligam menos. Por isso, devemos sempre deixar que as pessoas que amamos sejam aquilo que são à nossa frente.
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Não nos devemos comparar com os outros, mas com a melhor pessoa que podemos vir a ser no futuro. Descobrimos que se leva muito tempo para nos tornarmos a pessoa que queremos ser, e que o tempo é curto.
Aprendemos que ou controlamos os nossos actos ou eles o nos controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, pois existem sempre dois lados.
Aprendemos que paciência requer muita prática. Descobrimos que, algumas vezes, a pessoa que esperamos que nos chute quando caímos é uma das poucas que nos ajuda a levantar.
Aprendemos que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que aprendemos com elas, do que com quantos aniversários já celebramos.
Aprendemos que há mais dos nossos pais em nós do que supunha-mos.
Aprendemos que, quando estamos com raiva, temos o direito de estar com raiva, mas isso não nós dá o direito de ser cruel. Descobrimos que só porque alguém não nos ama do jeito que queremos que ame, não significa que esse alguém não nos ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas, simplesmente, não sabem como demonstra-lo, ou sou eu que já não estou capaz de receber aquele seu amor, pois o meu coração está em outra pessoa.
Aprendemos que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes temos que aprender a perdoar-nos a nós mesmo.
Aprendemos que com a mesma severidade que se julga, também somos por vezes injustamente condenados.
Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração foi partido, o mundo não pára para que o possamos consertar. E que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, é preciso plantar o nosso jardim e decorar a nossa alma ao invés de esperar que alguém nos traga flores.
E assim aprendemos, que realmente podemos muito suportar... que somos realmente fortes e como pessoa, na procura da verdadeira Vida, podemos ir muito mais longe do que aquilo que imaginamos.
E ficamos com a certeza que essa Vida tem valor, e que nós temos muito valor diante da Vida!
Aprendemos que se queremos ser mesmo felizes há momentos em que não podemos fugir da verdade da Vida! Descobrimos que é necessário aprender aquilo que necessitamos e não aquilo que queremos.
“ O mundo anda sem nós, de nós depende que ande connosco…”

23 junho 2008

Sossego.... Aquilo que mais quero!

"O que eu mais queria neste mundo era sossegar. É um verbo que é preciso redimir. Sossegar não é descansar, nem traz felicidade nem se assemelha senão superficialmente à paz ou à tranquilidade.Não quero acalmar-me, ou serenar, ou assentar. O sossego é um estado de bonança (...)Sossegar não é descansar – não é uma consequência do cansaço. (...) Só os outros nos podem sossegar. Só no meio da vida, em plena acção, se pode, vale a pena, estar sossegado. O “eu” interior é uma algazarra de desasossego. Para mais, árida e desinteressante. Nunca encontrei o sossego nos outros – foram sempre os outros que me sossegaram. Não há no mundo paisagem como o rosto da pessoa amada, sobretudo quando está agitado, a rir-se ou a zangar-se, desprevenido, apanhado nos olhos como se estivesse dentro deles já. Sentir essa mistura de perdição e de proximidade é verdadeiramente sossegar. Não são as mentiras, por muito boas, que sossegam. Só a verdade! Quando se está sossegado aguenta-se tudo. A tristeza torna-se pequena. O mundo reduz-se à dimensão que tem. O desasossego em que vivemos deve-se, pelo menos em parte, à nossa imcompreensão do que é, na pura verdade, sossegar e à cobardia e ausência de vontade de tentar alcançá-la, entregando-nos nas mãos de quem nos pode ajudar.
Que ao menos seja esta a causa do nosso desasossego, porque tudo o mais que queremos ou pensamos querer (a felicidade, a realização, o prazer, a tranquilidade) ao pé do puro sossego não é possível – e, se calhar, nem sequer é verdade."
(texto Miguel Esteves Cardoso)

Muita gente tem medo da felicidade.Para essas pessoas, ser feliz implica mudar uma série de hábitos e perder a sua própria identidade.Muitas vezes julgamo-nos indignos das coisas boas que acontecem connosco.Não aceitamos porque aceitá-las dá-nos a sensação de que ficamos a dever alguma coisa à vida! E pensamos que é melhor não provar a alegria porque, quando esta nos faltar iremos sofrer muito.Por medo de diminuir, deixamos de crescer.Por medo de chorar, deixamos de rir.....

22 junho 2008

Amar-me de Verdade




QUANDO ME AMEI DE VERDADE
Charles Chaplin




Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exacto. Então, pude relaxar. Hoje, sei que isso tem nome ... auto-estima.


Quando me amei de verdade, pude perceber que as minhas angústias, o meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou ir contra as minhas verdades. Hoje, sei que isso é... autenticidade.



Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente, e comecei a ver que tudo o que me acontece contribui para o meu crescimento. Hoje, chamo isso de ..... amadurecimento.



Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje, sei que o nome disso é... respeito.



Quando me amei de verdade, comecei a livrar-me de tudo o que não fosse saudável, pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início, a minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama... amor-próprio.



Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projectos megalómanos de futuro. Agora, faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é... simplicidade.



Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso errei menos vezes. Hoje, descobri a... humildade.

13 junho 2008

Saber Esperar....

Quem sabe esperar o bem que deseja não toma a decisão de se desesperar se ele não chega; aquele que, pelo contrário, deseja uma coisa com grande impaciência, põe nisso demasiado de si mesmo para que o sucesso seja recompensa suficiente. Há pessoas que querem tão ardente e determinantemente certa coisa, que por medo de perdê-la, não esquecem nada do que é preciso fazer para perdê-la. As coisas mais desejadas acontecem, mas por vezes não é no tempo nem nas circunstâncias em que teriam causado o máximo de prazer.

10 junho 2008

Aquilo Que Procuro....


Aprendi mais do que sei
Sei coisas que desconheço
Ando em busca das palavras
Que são lidas do avesso
Faz-me falta
O que já tenho
Dos sonhos que construí
Só as minhas mãos tão cheias
Desmentem
O que não fiz

Apenas faço um aceno
Um sinal
Dia após dia
Sentado à beira do mundo
Para dizer que estou aqui
Quem me achar que me acompanhe
Ao lugar de onde parti
A minha vida não para
E corre no meu caminho
Esta teima do destino
Em dar-me o que sempre quis
Faço mais do que digo
Digo mais do que penso
Tenho tudo e nada tenho
Que a tudo e todos pertenço
Olho os homens
Olho o mundo;
Vejo uma estrela cadente.




Ando Em Busca Das Palavras (Luis Represas)

05 junho 2008

Frases....















A felicidade é provavelmente uma infelicidade que se suporta melhor.Marguerite Yourcenar

Felicidade é ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar... Aristoteles

02 junho 2008

O REGRESSO.....!

Estou de Volta!
Eu sei que não é a primeira vez que digo isto, que de vez em quando deixo de estar presente, mas na vida de cada um há momentos em que não há nada para dizer. No meu caso pessoal, nestes últimos tempos não têm havido muito para dizer sobre a felicidade que é o mote principal deste blog. Talvez não esteja a ser totalmente sincero, pois este tempo de silêncio mostraram-me o outro lado da felicidade, aquele onde é preciso todos os dias pensar como vou consegui-la, como é dificil construi-la sozinho sem o apoio dos outros e como realmente é fundamental tê-la para nos sentirmos equilibrados e realizados como pessoa.

Qual é o lugar do homem? Onde os seus irmãos precisarem dele. (Madre Teresa de Calcutá)