22 setembro 2008

Amigos...!


"Se a todos nós fosse concedido o poder, como num passe de mágica, de ler a mente uns dos outros, suponho que o primeiro efeito seria que quase todas as amizades se desfariam. O segundo efeito, entretanto, poderia ser excelente, pois um mundo sem amigos seria sentido como intolerável, e nós teríamos de aprender a gostar uns dos outros sem a necessidade de um véu de ilusão para esconder de nós mesmos que não nos consideramos uns aos outros pessoas absolutamente perfeitas. Sabemos que os nossos amigos têm as suas falhas, e que apesar disso são pessoas de um modo geral aprazíveis das quais gostamos. Consideramos intolerável, no entanto, que tenham a mesma atitude conosco. Esperamos que pensem que, ao contrário do resto da humanidade, nós não temos falhas. Quando somos compelidos a reconhecer que temos falhas, tomamos esse facto óbvio com demasiada seriedade. " (Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade")

Quando um amigo me engana uma vez a culpa é dele. Mas quando me engana duas ou mais vezes então a culpa é minha!
Não há nada mais complicado do que lidar com um amigo que é egoísta e que acha que a vida roda sempre à sua volta. Mas conheço pessoas, é verdade que não são muitas, que sempre colocaram os outros: marido, filhos, família e os amigos à frente de si e da suas necessidades mais básicas como sentir-se acolhida e agradecida por tudo aquilo que fizeram. Estás pessoas sendo discretas, são muito presentes, e têm uma grandeza enorme. Com estas pessoas (H.) amizade é verdadeira e por isso encontramos sempre sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade e muito carinho.

Para os primeiros, aqueles amigos que são egoístas e pouco sinceros, cada dia que passa me vou afastando mais deles, os outros que são sinceros e altruístas desejo arduamente que a nossa amizade se torne cada vez mais madura e com isso se consiga superar as diferenças que existem. Grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito pelas diferenças, e não apenas em desfrutar das semelhanças de uns e outros.

A verdadeira amizade é aquela que o vento não leva, e a distência nunca separa! E quando é mesmo verdadeira ela duplica as alegrias e divide as tristezas.

".... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
(Fernando Pessoa)

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