26 outubro 2008

O Tempo....!


A Hora mudou... como sempre nesta época do ano. Atrasar ou adiantar os relógios conforme a mudança das estações, é uma prática que não apenas altera o quotidiano das pessoas, trazendo-lhes vantagens (evitamos acordar ainda de noite e sair de casa antes do nascer do Sol), como também favorece a economia dos países.

Mas desta vez este facto provocou em mim um sentimento estranho pois este adiantamento de uma hora é a sintese perfeita de como tem sido a minha vida nos últimos tempos. Parece que vou sempre fora de horas, do tempo, que o relógio da vida interior não acerta com o cronometro da vida real. Sinto que a maioria das pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo, mas eu tento usar o tempo.

Estou a viver uns dias tão especiais... sem grandes palavras, procurando encontrar aquilo que neste momento parece ser o mais importante - O Equilíbrio. Esta palavra tem sido para mim muito importante ultimamente. É mais uma daquelas coisas que sabemos que é essencial e que, no fundo, sempre estamos à procura, mas é dificil saber como a pôr em prática.Esta ideia já vem da sabedoria mais antiga: No meio está a virtude. Mas no meio de quê? De estados de suprema felicidade e estados de grande tristeza? De atitudes de possessão em relação às pessoas e às coisas ou estados de libertação? É de tudo um pouco.O que é mais difícil na busca do equilíbrio é, a meu ver, que o polo negativo é muito preguiçoso e fecha imenso os horizontes, não deixa ver para além do seu estado. E isso exige esforço. O polo positivo é tão bom que custa te-lo com liberdade, com medo de se perder. E isso exige esforço.Buscar o equilíbrio na vida requer optimismo e liberdade. Optimismo para acreditar que tudo pode melhorar e liberdade para perceber que tudo é um dom que não pertence ao meu egoísmo.É uma atitude verdadeiramente humana, responsável e madura, olhar para além do que não tenho e para além do que tenho...

Esta noite tive por diversas veze a sensação estranha de que há imagens que as vezes olho e não me apetece dizer nada. Despertam sentimentos e espaços interiores de saudade, como se encontrasse espaços meus que julgava perdidos. Deixo a sombra do silêncio abrir-se a um voo de esperança mas que pressente que não pode ser adiado por muito mais tempo. Pois para mim a mais lamentável de todas as perdas é a perda do tempo, mas uma coisa é certa eu não tenho muito mais tempo para andar a esperar o indefenido, pois sei que para ser feliz vou precisar de muito e bom.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente consigo. Acertar o fuso horário entre a vida interior a vida real é uma das tarefas mais complicadas com que nos deparamos na nossa luta diária! Mas minuto a minuto, segundo a segundo, tentativa a tentativa ... vamos-nos aproximando!