«(…) cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Fá-lo, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós mesmo abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com palavras ou com acções o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu carácter. »
(Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim')
Trata-se de um romance comovente sobre a amizade, onde alguém prefere uma ruptura a um conflito, e onde ambos aparentemente perdem mas salvam a coerência de um sentimento maior, superior a qualquer outro objectivo de vida, de forma nobre e elevada. O diálogo/monólogo de Henrik é cativante pela sinceridade e frontalidade, sem pôr em causa o sentimento comum mas explorando sem tabus todos os meandros de pensamento e comportamento de uma relação estranha mas pura.
Mas uma coisa é certa para quem sabe esperar, tudo vem a tempo!
06 outubro 2008
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