20 novembro 2008

Mãos Dadas...!


Não sei quem são. Vi-os a passear de mão dada como se cada um deles segurasse o corpo do outro. Será o medo de cair ou, simplesmente, o medo de largar durante muito tempo, algum deles poderia fugir.
Aqueles sorrisos verdadeiros, que despertam em mim não mais que inveja. Sei sorrir, sorrio todos os dias, o máximo que posso, mas trocava cada um desses sorrisos por um sorriso daqueles.
Sentaram-se num banco, num banco a ver o mar. Definitivamente era uma vista esplendorosa, um lugar magnífico e, outra vez aqueles sorrisos. Mas não estavam sozinhos, eram acompanhados de longos e carinhosos beijos, sem loucuras ou paixões desenfreadas, no ritmo certo, sem pressas, afinal, naquele momento, para eles... vai durar para sempre.
Levantaram-se então, onde iam? Agora mais juntos ainda, seria maior o medo de cair ou maior o medo de fuga?
Aquele olhar, nunca mais esquecerei. Os dois encontravam-se numa só sintonia, cantavam a mesma música, sem emitir nenhum som, falam na mesma língua sem produzir uma única palavra. Olham um para o outro e vêem algo que eu não conseguia ver, vêm para além do que o olhar permite e do que qualquer um, que não eles, pode entender.
Largaram as mãos. Acabou? Onde foi a magia? Cada um vai na sua direcção. Quero gritar, quero ajudar, voltem! Quero ver mais! Quando estão já separados por alguns metros, ele olha para trás, e depois ela, e depois... sorriem.


P.S. Um tempo depois, não muito, nem pouco, cada um seguiu a sua direcção. Desta vez... não sorriram.

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