29 novembro 2008
Poucos Podem Sentir....!
28 novembro 2008
27 novembro 2008
Há tempo...!
"Há tempo de nascer, e tempo de morrer;
Há tempo de plantar e o tempo de arrancar;
O tempo de matar e o tempo de curar;
O tempo de destruir e o tempo de construir;
O tempo de chorar e o tempo de rir;
O tempo de estar de luto e o tempo de dançar;
O tempo de atirar pedras e o tempo de as juntar;
O tempo de se abraçar e o tempo de se afastar;
O tempo de procurar e o tempo de perder;
O tempo de conservar e o tempo de deitar fora;
O tempo de rasgar e o tempo de coser;
O tempo de calar e o tempo de falar;
O tempo de amar e o tempo de odiar;
O tempo de guerra e o tempo de paz."
(Do livro do Eclesiastes 3, 1-8)
A vida pode ser um Arco-Iris...!
"Um arco-íris (também chamado arco-celeste, arco-da-aliança, arco-da-chuva ou arco-da-velha) é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro (aproximadamente) contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva. Ele é um arco multicolorido com o vermelho no seu exterior e o violeta em seu interior; a seqüência completa é vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil (ou indigo) e violeta.
Para ajudar a lembrar a sequência de cores do arco-íris, usa-se a mnemónica: «Vermelho lá vai violeta», em que l,a,v,a,i representam a sequência laranja, amarelo, verde, azul, indigo.
O efeito do arco-íris pode ser observado sempre que existir gotas de água no ar e a luz do sol estiver brilhando acima do observador em uma baixa altitude ou ângulo. O mais espetacular arco-íris aparece quando metade do céu ainda está escuro com nuvens de chuva e o observador está em um local com céu claro." (in Wikipédia)
26 novembro 2008
Arrumar-me...!
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(Fernando Pessoa)
Escuto...!
Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
(Sophia de Mello Breyner Andersen)
24 novembro 2008
Afastar...!
O Pedreiro...!
Recebi este texto de um amigo brasileiro que esteve em Portugal na semana passsada, e que é especialista em Didática e Novos Modelos de Aprendizagens. Foi muito bom conversar com ele, e ouvir o relato das novas experiências que se estão a fazer em diversas escolas espalhadas por esse mundo fora.
Mas como a vida é um escola.....
"Um velho pedreiro que construía casas estava pronto para se aposentar... Ele informou o chefe do seu desejo de se aposentar e passar mais tempo com sua família. Ele ainda disse que sentiria falta do salário, mas realmente queria se aposentar. A empresa não seria muito afetada pela saída do pedreiro, mas o chefe estava triste em ver um bom funcionário partindo e pediu ao pedreiro para trabalhar em mais um projeto, como um favor. O pedreiro não gostou mas, acabou concordando. Foi fácil ver que ele não estava entusiasmado com a idéia. Assim ele prosseguiu fazendo um trabalho de segunda qualidade e usando materiais inadequados. Quando o pedreiro acabou, o chefe veio fazer a inspeção da casa construída. Depois de inspecioná-la, deu a chave da casa ao pedreiro e disse: - 'Esta é a sua casa. Ela é o meu presente para você'. O pedreiro ficou muito surpreso. Que pena! Se ele soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito tudo diferente.... O mesmo acontece conosco... Nós construímos nossa vida, um dia de cada vez e muitas vezes fazendo menos que o melhor possível na sua construção. Depois, com surpresa, nós descobrimos que precisamos viver na casa que nós construímos. Se pudéssemos fazer tudo de novo, faríamos tudo diferente. Mas não podemos voltar atrás. Tu és o pedreiro. Todo dia martelas pregos, ajustas tabuas e constróis paredes. Alguém já disse que: 'A vida e um projeto que você mesmo constrói'.
Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a 'casa' em que vais morar amanhã. Portanto construa com sabedoria!"
Tuas atitudes e escolhas de hoje estão construindo a 'casa' em que vais morar amanhã. Portanto construa com sabedoria!"
23 novembro 2008
22 novembro 2008
Podemos...!
Podemos correr, podemos saltar, podemos fugir, podemos fazer tudo que quisermos, mas vamos ter sempre ao mesmo sitio, se amas de verdade não fujas, não corras, não saltes, o sentimento de falta, o vazio, vão acompanhar-te em todos os minutos da tua vida... claro que se não amas, estas palavras, simplesmente são ridiculas.
Ninguém consegue fugir do seu coração. Por isso, é melhor escutá-lo, para que jamais se venha arrepender daquilo que deixou fugir.
(Paulo Coelho)
Futuro...!
21 novembro 2008
A Influência...!
A Verdade...!
A Verdade
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
(Carlos Drummond)
20 novembro 2008
Mãos Dadas...!
Não sei quem são. Vi-os a passear de mão dada como se cada um deles segurasse o corpo do outro. Será o medo de cair ou, simplesmente, o medo de largar durante muito tempo, algum deles poderia fugir.
Aqueles sorrisos verdadeiros, que despertam em mim não mais que inveja. Sei sorrir, sorrio todos os dias, o máximo que posso, mas trocava cada um desses sorrisos por um sorriso daqueles.
Sentaram-se num banco, num banco a ver o mar. Definitivamente era uma vista esplendorosa, um lugar magnífico e, outra vez aqueles sorrisos. Mas não estavam sozinhos, eram acompanhados de longos e carinhosos beijos, sem loucuras ou paixões desenfreadas, no ritmo certo, sem pressas, afinal, naquele momento, para eles... vai durar para sempre.
Levantaram-se então, onde iam? Agora mais juntos ainda, seria maior o medo de cair ou maior o medo de fuga?
Aquele olhar, nunca mais esquecerei. Os dois encontravam-se numa só sintonia, cantavam a mesma música, sem emitir nenhum som, falam na mesma língua sem produzir uma única palavra. Olham um para o outro e vêem algo que eu não conseguia ver, vêm para além do que o olhar permite e do que qualquer um, que não eles, pode entender.
Largaram as mãos. Acabou? Onde foi a magia? Cada um vai na sua direcção. Quero gritar, quero ajudar, voltem! Quero ver mais! Quando estão já separados por alguns metros, ele olha para trás, e depois ela, e depois... sorriem.
Aqueles sorrisos verdadeiros, que despertam em mim não mais que inveja. Sei sorrir, sorrio todos os dias, o máximo que posso, mas trocava cada um desses sorrisos por um sorriso daqueles.
Sentaram-se num banco, num banco a ver o mar. Definitivamente era uma vista esplendorosa, um lugar magnífico e, outra vez aqueles sorrisos. Mas não estavam sozinhos, eram acompanhados de longos e carinhosos beijos, sem loucuras ou paixões desenfreadas, no ritmo certo, sem pressas, afinal, naquele momento, para eles... vai durar para sempre.
Levantaram-se então, onde iam? Agora mais juntos ainda, seria maior o medo de cair ou maior o medo de fuga?
Aquele olhar, nunca mais esquecerei. Os dois encontravam-se numa só sintonia, cantavam a mesma música, sem emitir nenhum som, falam na mesma língua sem produzir uma única palavra. Olham um para o outro e vêem algo que eu não conseguia ver, vêm para além do que o olhar permite e do que qualquer um, que não eles, pode entender.
Largaram as mãos. Acabou? Onde foi a magia? Cada um vai na sua direcção. Quero gritar, quero ajudar, voltem! Quero ver mais! Quando estão já separados por alguns metros, ele olha para trás, e depois ela, e depois... sorriem.
P.S. Um tempo depois, não muito, nem pouco, cada um seguiu a sua direcção. Desta vez... não sorriram.
Sentir...!
"Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias. - Mas o que é sentir? Ter opiniões é não sentir. Todas as nossas opiniões são dos outros. Pensar é querer transmitir aos outros aquilo que se julga que se sente. Só o que se pensa é que se pode comunicar aos outros. O que se sente não se pode comunicar. Só se pode comunicar o valor do que se sente. Só se pode fazer sentir o que se sente. Não que o leitor sinta a pena comum [?]. Basta que sinta da mesma maneira. O sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma. A lucidez só deve chegar ao limiar da alma. Nas próprias antecâmaras é proibido ser explícito.
Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica. Deus é toda a gente. Ver, ouvir, cheirar, gostar, palpar - são os únicos mandamentos da lei de Deus. Os sentidos são divinos porque são a nossa relação com o Universo, e a nossa relação com o Universo Deus. (...) Agir é descrer. Pensar é errar. Só sentir é crença e verdade. Nada existe fora das nossas sensações. Por isso agir é trair o nosso pensamento. (...) Não há critério da verdade senão não concordar consigo próprio. O universo não concorda consigo próprio, porque passa. A vida não concorda consigo própria, porque morre. O paradoxo é a fórmula típica da Natureza. Por isso toda a verdade tem uma forma [?] paradoxal. (...) Afirmar é enganar-se na porta. Pensar é limitar. Raciovinar é excluir. Há muito que é bom pensar, porque há muito que é bom limitar e excluir. (...) Substitui-te sempre a ti próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti próprio. Acontece-te perante ti próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que te acontecem. Deves ser um universo sem leis para poderes ser superior. São estes os princípios essenciais do sensacionismo. (...) Faze de tua alma uma metafísica, uma ética e uma estética. Substitui-te a Deus indecorosamente. É a única atitude realmente religiosa (Deus está em toda a parte excepto em si próprio). Faze do teu ser uma religião ateísta; das tuas sensações um rito e um culto. (...)"
Sentir é compreender. Pensar é errar. Compreender o que outra pessoa pensa é discordar dela. Compreender o que outra pessoa sente é ser ela. Ser outra pessoa é de uma grande utilidade metafísica. Deus é toda a gente. Ver, ouvir, cheirar, gostar, palpar - são os únicos mandamentos da lei de Deus. Os sentidos são divinos porque são a nossa relação com o Universo, e a nossa relação com o Universo Deus. (...) Agir é descrer. Pensar é errar. Só sentir é crença e verdade. Nada existe fora das nossas sensações. Por isso agir é trair o nosso pensamento. (...) Não há critério da verdade senão não concordar consigo próprio. O universo não concorda consigo próprio, porque passa. A vida não concorda consigo própria, porque morre. O paradoxo é a fórmula típica da Natureza. Por isso toda a verdade tem uma forma [?] paradoxal. (...) Afirmar é enganar-se na porta. Pensar é limitar. Raciovinar é excluir. Há muito que é bom pensar, porque há muito que é bom limitar e excluir. (...) Substitui-te sempre a ti próprio. Tu não és bastante para ti. Sê sempre imprevenido [?] por ti próprio. Acontece-te perante ti próprio. Que as tuas sensações sejam meros acasos, aventuras que te acontecem. Deves ser um universo sem leis para poderes ser superior. São estes os princípios essenciais do sensacionismo. (...) Faze de tua alma uma metafísica, uma ética e uma estética. Substitui-te a Deus indecorosamente. É a única atitude realmente religiosa (Deus está em toda a parte excepto em si próprio). Faze do teu ser uma religião ateísta; das tuas sensações um rito e um culto. (...)"
(Fernando Pessoa, in 'Sobre «Orpheu», Sensacionismo e Paùlismo')
19 novembro 2008
Objectivo da Arte...!
O Objectivo da Arte não é ser Moral nem Imoral
A arte não tem, para o artista, fim social. Tem, sim, um destino social, mas o artista nunca sabe qual ele é, porque a Natureza o oculta no labirinto dos seus designios. Eu explico melhor. O artista deve escrever, pintar, esculpir, sem olhar a outra cousa que ao que escreve, pinta, ou esculpe. Deve escrever sem olhar para fora de si. Por isso a arte, não deve ser, propositadamente, moral nem imoral. É tão vergonhoso fazer arte moral como fazer arte imoral. Ambas as [cousas] implicam que o artista desceu a preocupar-se com a gente de lá fora. Tão inferior é, neste ponto, um sermonário católico como um triste Wilde ou d'Annunzio, sempre com a preocupação de irritar a plateia. Irritar é um modo de agradar. Todas as criaturas que gostam de mulheres sabem isso, e eu também sei.
(Fernando Pessoa, in 'Sobre «Orpheu», Sensacionismo e Paùlismo' )
Amizade Correcta....!
O Sábio, ainda que se baste a si mesmo, deseja ter um amigo, quanto mais não fosse para exercer a amizade, para não deixar definhar tão grande virtude. Ele não busca, como dizia Epicuro, «alguém que lhe vele à cabeceira em caso de doença, que o socorra quando esteja em grilhões ou na indigência». Busca alguém a cuja cabeceira de doente possa velar; alguém que, quando implicado numa contenda, ele possa salvar dos cárceres inimigos. Pensar em si próprio, e empenhar-se numa amizade com esse pensamento preconcebido, é cometer um erro de cálculo. A empresa terminará como começou. Fulano arranjou um amigo para dispor, um dia, de um libertador que o preserve dos grilhões. Ao primeiro tinido de cadeias, lá se vai o amigo.
Tais são as amizades que o mundo chama de «ligações temporárias». O homem a quem se escolhe para prestar serviços deixará de agradar no dia em que não sirva para mais nada. Daí a constelação de amigos ao redor das grandes fortunas. Vinda a ruína, faz-se, à volta, a solidão: os amigos esquivam-se dos lugares onde são postos à prova. Daí, todos esses escândalos: amigos abandonados, amigos traídos, sempre por medo! É inevitável que o fim concorde com o começo: o interesse fez de sicrano teu amigo; o interesse fará com que ele deixe de sê-lo. Ele se mostrará sensível às vantagens que lhe sejam oferecidas para que dessirva a amizade, se, nesta, mostrava-se sensível a qualquer vantagem fora dela mesma.
Qual, então, o meu objectivo ao fazer um amigo? O de ter alguém por quem possa morrer, a quem possa seguir no meu exílio, a quem possa proteger com a minha pessoa, a cuja salvação possa devotar os meus dias.
Tais são as amizades que o mundo chama de «ligações temporárias». O homem a quem se escolhe para prestar serviços deixará de agradar no dia em que não sirva para mais nada. Daí a constelação de amigos ao redor das grandes fortunas. Vinda a ruína, faz-se, à volta, a solidão: os amigos esquivam-se dos lugares onde são postos à prova. Daí, todos esses escândalos: amigos abandonados, amigos traídos, sempre por medo! É inevitável que o fim concorde com o começo: o interesse fez de sicrano teu amigo; o interesse fará com que ele deixe de sê-lo. Ele se mostrará sensível às vantagens que lhe sejam oferecidas para que dessirva a amizade, se, nesta, mostrava-se sensível a qualquer vantagem fora dela mesma.
Qual, então, o meu objectivo ao fazer um amigo? O de ter alguém por quem possa morrer, a quem possa seguir no meu exílio, a quem possa proteger com a minha pessoa, a cuja salvação possa devotar os meus dias.
(Séneca, in O Sábio e a Amizade)
18 novembro 2008
Parabéns...!
17 novembro 2008
A Estupidez...!
Se a estupidez, com efeito vista por dentro, não se confundisse com o talento, se, vista por fora, não tivesse todas as aparências do progresso, do génio, da esperança, ninguém desejaria ser estúpido e não existiria a estupidez. Pelo menos seria muito fácil combatê-la. O pior é que ela tem qualquer coisa de extraordinariamente natural e convincente. Por isso, quanto alguém considera um cromo mais artístico do que um quadro a óleo, este juízo comporta uma parte de verdade muito mais simples de demonstrar que o génio de Van Gogh. Da mesma forma se torna muito mais fácil e rentável ser-se um dramaturgo muito mais poderoso do que Shakespeare, um romancista mais igual do que Goethe; um bom lugar-comum é sempre mais humano que uma nova descoberta. Não surge um único pensamento importante do qual a estupidez não saiba imediatamente aproveitar-se, ela pode mover-se em qualquer direcção e assumir todos os trajes da verdade.
A verdade, essa só tem um traje, um só caminho, por isso fica sempre de pior partido.
(Robert Musil, in O Homem sem Qualidades)
(Robert Musil, in O Homem sem Qualidades)
A Pintora...!
Este fim-de-semana fui visitar a Exposição “Au fil du temps”, percurso fotobiografico de Maria Helena Vieira da Silva, patente no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, que está instalado na antiga Real Fábrica de Tecidos de Seda do século XVIII (no Jardim das Amoreiras). O objectivo principal deste Museu é divulgar a obra destes dois pintores.
Foi muito bom entrar neste espaço, onde se respira boa arte, e onde se tem o silêncio e a paz necessária para se poder contemplar os trabalhos desta magnifica pintora. Foi um tempo bem passado, com partilha de sentimentos e desafios à nossa imaginação e critica artística.
Ao longo da vida, Maria Helena Vieira da Silva captou o interesse de um público numeroso, através de uma obra de referência muito diferente das que se encontravam no âmago criativo da época. É uma artista com uma pintura de múltiplos tons e leituras, uma expressão artística inesperada, intensa e harmoniosa.
Foi muito bom entrar neste espaço, onde se respira boa arte, e onde se tem o silêncio e a paz necessária para se poder contemplar os trabalhos desta magnifica pintora. Foi um tempo bem passado, com partilha de sentimentos e desafios à nossa imaginação e critica artística.
Ao longo da vida, Maria Helena Vieira da Silva captou o interesse de um público numeroso, através de uma obra de referência muito diferente das que se encontravam no âmago criativo da época. É uma artista com uma pintura de múltiplos tons e leituras, uma expressão artística inesperada, intensa e harmoniosa.
15 novembro 2008
O Belo...!
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as coisas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Porque sequer atribuo eu
Beleza às coisas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então porque digo eu das coisas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as coisas,
Perante as coisas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
(Alberto Caeiro)
Preguiça...!
14 novembro 2008
Já....!
Já
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveise
esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger,já dei risada quando não podia,fiz amigos eternos,amei e fui amado,mas também já fui rejeitado,fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,já vivi de amor e fiz juras eternas,“quebrei a cara muitas vezes”!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,já liguei só para escutar uma voz,me apaixonei por um sorriso,já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…E você também não deveria passar!Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,abraçar a vida com paixão,perder com classe
e vencer com ousadia,porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é “muito” pra ser insignificante.
(Charlie Chaplin)
Poesia...!
Há fases da vida em que aquilo que lemos é tão importante como aquilo que vivemos.
Os poetas são verdadeiros “adoradores do destino” e os seus poemas gritam e calam coisas que gostaríamos de saber dizer e, ao mesmo tempo, esconder. O papel do escritor poeta também é ajudar-nos a sermos quem somos.
Os poetas são verdadeiros “adoradores do destino” e os seus poemas gritam e calam coisas que gostaríamos de saber dizer e, ao mesmo tempo, esconder. O papel do escritor poeta também é ajudar-nos a sermos quem somos.
“Existe em nós
um sentido especial para a poesia,
uma disposição poética.
A poesia é absolutamente pessoal,
e por isso indefinível.
Quem não souber nem sentir
de forma imediata
o que é a poesia,
nunca poderá aprendê-lo.
Poesia é poesia.
Diferente, como a noite do dia,
da arte da fala e da palavra.”
Novalis
um sentido especial para a poesia,
uma disposição poética.
A poesia é absolutamente pessoal,
e por isso indefinível.
Quem não souber nem sentir
de forma imediata
o que é a poesia,
nunca poderá aprendê-lo.
Poesia é poesia.
Diferente, como a noite do dia,
da arte da fala e da palavra.”
Novalis
13 novembro 2008
Testemunho...!
Hoje o meu fim de tarde foi passado com a mãe de um filho que está internado com HIV. A mãe é uma senhora forte, que tem acompanhado o filho em todas as suas fases de tratamento com a esperança de que tudo passe e que ele um dia volte para casa. Ficámos a conversar numa pequena sala, onde se podia ouvir os risos e os gritos de muitas crianças, e que inevitavelmente fez recordar a esta mãe os tempos em que o seu filho foi aluno e brincava com os seus colegas. Esta senhora tem uma enorme coragem e muita Fé. É franca e alegre apesar da tristeza que atravessa, revela uma nobreza de carácter e uma fibra invulgares na maneira como fala da vida. Mas aquilo que verdadeiramente me tocou foi a profundidade a que podemos ir na conversa com alguém que conhecemos mal, apenas alguns contacto esporádicos no passado, é maravilhosa a confiança que se estabelece por estarmos ali naquele lugar, com tempo para ouvi-la e para pensar naquilo que a vida traz de bom e por vezes de muito injusto.
Quando a conversa terminou senti uma enorme consolação pelo testemunho que esta mãe me deu, a sua determinação em ajudar o filho até ao limite das suas possibilidades, mas relativizando tudo o resto que se passou e passa na sua vida. Porque uma situação como a aquela que ela vive neste moemento, é verdadeiramente transformadora e muda radicalmente a maneira como vivo a vida e como lido com a facilidade e a adversidade.
Nada é tão Contagioso como o Exemplo.
Quando a conversa terminou senti uma enorme consolação pelo testemunho que esta mãe me deu, a sua determinação em ajudar o filho até ao limite das suas possibilidades, mas relativizando tudo o resto que se passou e passa na sua vida. Porque uma situação como a aquela que ela vive neste moemento, é verdadeiramente transformadora e muda radicalmente a maneira como vivo a vida e como lido com a facilidade e a adversidade.
Nada é tão Contagioso como o Exemplo.
12 novembro 2008
A Turma....!
Em boa hora uma amiga tomou a iniciativa e desafiou um grupo de colegas para que fossemos ver o filme "A Turma", que ganhou o prestigiado prémio da Palma de Ouro de Cannes deste ano.
É um filme que emociona, que relata a vida de uma turma, racialmente mista numa conflituosa escola de Paris, através da história dos seus jovens protagonistas e do professor de Lingua Francesa, que é ao mesmo tempo o director de turma.
Sem sair uma única vez dos limites espaciais da escola, na sua maioria recorrendo aos grandes planos das personagens, onde existe uma constante alternância entre uma imagem do professor com a de um aluno ou pormenor da sala. É um filme quase documental, mostrando o dia-a-dia daquilo que sucede numa classe de aula, mas permitindo um enorme leque de improvisação aos seus actores, que suponho que na sua maioria sejam novatos, e que quase se interpretam a eles mesmos.
O Professor Francois não evita os constantes e estimulantes confrontos verbais, como se a língua estivesse em jogo e onde aprendizagem dos valores da democracia pode implicar verdadeiros riscos, pois existe um choque constante de culturas e atitudes, e onde a ética do professor fica em jogo quando os rebeldes e descarados alunos começam a desafiar os seus extravagantes e directos métodos de ensino.
É um filme que emociona, que relata a vida de uma turma, racialmente mista numa conflituosa escola de Paris, através da história dos seus jovens protagonistas e do professor de Lingua Francesa, que é ao mesmo tempo o director de turma.
Sem sair uma única vez dos limites espaciais da escola, na sua maioria recorrendo aos grandes planos das personagens, onde existe uma constante alternância entre uma imagem do professor com a de um aluno ou pormenor da sala. É um filme quase documental, mostrando o dia-a-dia daquilo que sucede numa classe de aula, mas permitindo um enorme leque de improvisação aos seus actores, que suponho que na sua maioria sejam novatos, e que quase se interpretam a eles mesmos.
O Professor Francois não evita os constantes e estimulantes confrontos verbais, como se a língua estivesse em jogo e onde aprendizagem dos valores da democracia pode implicar verdadeiros riscos, pois existe um choque constante de culturas e atitudes, e onde a ética do professor fica em jogo quando os rebeldes e descarados alunos começam a desafiar os seus extravagantes e directos métodos de ensino.
Este filme vem mais uma vez provar que os jovens têm mais necessidades de modelos do que de críticas.
11 novembro 2008
Enfrentar a Verdade....!
Primeiro pára, senta-te e pensa o que pretendes de bem. Depois, pondera, não as hipóteses teóricas, mas as possibilidades reais. Então, entre duas realidades, podes escolher a melhor. Discernir não é descobrir a única hipótese boa, é decidir, entre coisas boas, qual é a melhor, a mais construtiva para si e para os outros. Se é fácil ou difícil, isso não conta.
(P. Vasco Pinto de Magalhães, in 'Não Há Soluções, Há Caminhos')
10 novembro 2008
Estado de Alma...!
A pureza dos sentimentos, a beleza da pessoa, mas infelizmente cada vez há menos pessoas assim...
(Filme - A Lenda de 1900)
(Filme - A Lenda de 1900)
09 novembro 2008
Quando as palavras são demais.....
"Cai o pano sobre o que não se deu e eu recolho a casa com a gola de um casaco de empregado do comércio erguida sem estranhezas sobre o pescoço de um poeta, com as botas sempre compradas na mesma casa evitando sempre inconscientemente os charcos da chuva fria, e um pouco preocupado, misturadamente, de me ter esquecido sempre do guarda-chuva e da dignidade da alma"
(Livro do Desassossego, Bernardo Soares)
08 novembro 2008
Normal...?
Não és um homem normal. Isso te é uma inferioridade (ou uma superioridade?). Como em tudo o que é diferente. Cultiva a tua diferença. Mas uma diferença pode ser negativa. Esse o teu drama. Porque a tua diferença vai além e fica aquém dos outros. Tu querias ser os outros no em que lhes és inferior e ser diferente no em que lhes és superior. Mas toda a superioridade se paga. Paga e não bufes. (Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente)
07 novembro 2008
Viver com o Tempo!
06 novembro 2008
05 novembro 2008
Se Eu Pudesse....!
Se eu pudesse escolher os meus sentimentos em relação às pessoas que me rodeiam, escolheria enamorar-me com toda a intensidade de que sou capaz.
Escolheria que, na altura em que essa paixão diminuìsse, debaixo dela crescesse o sentimento.
Escolheria que nem eu nem o outro nos assustássemos com o desaparecimento da paixão e que soubéssemos enfrentar-nos com a mudança da intensidade para a profundidade.
Escolheria que esse sentimento fosse amor e não somente desejo.
E, finalmente, escolheria que se desse a posibilidade de voltar a enamorar-me, de vez em quando, pela pessoa que amo.
(Cartas para Cláudia, de Jorge Bucay)
Grande Porta....!
When you wish upon a Star - Manhattan Jazz Orchestra
E se a vida fosse uma grande porta... E seu eu ficasse diante dela sem saber se deixar entrar, se sair... e, se assim, ficasse indeciso com a mão no puxador, sem saber que fazer perante a vida, a morte, este acontecimento, aquela amizade... Saio sem bater? Abro a quem bate? Saio de qualquer maneira ou deixo a porta aberta? Já era tarde quando descobri que deixar entrar era sair de mim..."
(Pe. Vasco Pinto de Magalhães(2004) - Não há soluções, há caminhos - 5ª edição, Tenacitas, Coimbra)
E se a vida fosse uma grande porta... E seu eu ficasse diante dela sem saber se deixar entrar, se sair... e, se assim, ficasse indeciso com a mão no puxador, sem saber que fazer perante a vida, a morte, este acontecimento, aquela amizade... Saio sem bater? Abro a quem bate? Saio de qualquer maneira ou deixo a porta aberta? Já era tarde quando descobri que deixar entrar era sair de mim..."
(Pe. Vasco Pinto de Magalhães(2004) - Não há soluções, há caminhos - 5ª edição, Tenacitas, Coimbra)
04 novembro 2008
Leituras Diversas...!
Fixe os seus olhos no texto em baixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!
A vida é como um livro se você não a souber ler e interpretar não saberá alcançar os seus objetivos.
03 novembro 2008
Destacam-se...!
Se há dias em que me sinto bem, este é claramente um deles. O dia está bonito, estou bem comigo, estou bem com o mundo. Cada bocadinho de mim vive intensamente tudo aquilo que toca ou por quem se cruza.
Sou um todo dividido de forma a que eu possa ser cada vez mais feliz. Mesmo tendo percebido que nos dias de hoje poucas pessoas se destacam por seres sensiveis, amantes da vida, lutadoras e muito verdadeiras com os seus principios e sentimentos. Mas esses quando se cruzam nas nossas vidas não nos passam despercebidos, vemo-los, sentimo-nos, somos por eles contagiados. Há diferenças positivas que valem muito a pena, mas também há negativas e uma das que não suporto, mas que hoje não me vai arranhar, é a ingratidão: grande parte da infelicidade dos Homens é feita de ingratidão.
02 novembro 2008
Prende-me a Ti....!
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho. - Por favor... Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.- É preciso muita paciência.
(Saint Exupéry)
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.- É preciso muita paciência.
(Saint Exupéry)
Quando Deixam que se Juntem...!
Há pessoas que, uma vez unidas em prol de um sentimento, uma qualquer situação ou causa, encaixam na perfeição. Há compatibilidades que se treinam, que se educam, mas aquelas inatas que são despontadas, sem possível explicação aparente, são das mais extraodinárias que há. A simetria conseguida quando se juntam, para além de deixar qualquer um boquiaberto de tão inacreditável que é, transmite uma enorme tranquilidade e segurança a quem as rodeia. Aquela aparente coincidência não nos deixa indiferentes, somos tocados pela sua plenitude.São olhares que comunicam só de se tocarem na brevidade de um momento.São almas que se lêem sem pudores.São pensamentos partilhados num mero suspiro.São opiniões transmitidas numa expressão, num gesto.Nada disto lhes passa ao lado. Conhecem-se e reconhecem-se nos nadas e nos tudos do dia-a-dia. Assim acontece, quando se juntam, nessas uniões perfeitas.
01 novembro 2008
A Escada....!
E que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos,
Mais estragados estão,
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida.
Corre-se p'rigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
A escada sem corrimão.
(David Mourão Ferreira)
Sentir...!
Será que sentimos todos as mesmas coisas de forma igual? Uma vez humanos, feito da mesma matéria, será que a dor é igual em todos os corações? A saudade é sentida de igual forma?
Em princípio entendemos a fome e a sede como algo universal. Mas os sentimentos? São também eles passíveis de ser generalizados ou temos duas contas e duas medidas? Ou mais do que duas? Cem? Mil? Infinitas (como dirião os mais pequenos...)? Quando te falo num desgosto, será que o entendes como eu o entendo? Quando desabafo uma perda, sente-la como eu a sinto?
Em princípio entendemos a fome e a sede como algo universal. Mas os sentimentos? São também eles passíveis de ser generalizados ou temos duas contas e duas medidas? Ou mais do que duas? Cem? Mil? Infinitas (como dirião os mais pequenos...)? Quando te falo num desgosto, será que o entendes como eu o entendo? Quando desabafo uma perda, sente-la como eu a sinto?
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