11 dezembro 2008

O caminho que escolhes...!


Nâo tenho mais palavras.
Gastei-as a negar-te...(Só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)
Fosse qual fosse o chão da caminhada,
Era certa a meu lado
A divina presença impertinentedo teu vulto calado
E paciente...
E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tu não usas,
Sempre silencioso na agressão.
Mas o tempo moeu na sua mó
O joio amargo do que te dizia...Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par da teimosia

(Miguel Torga)

Sem comentários: