Excelente ideia teve uma amiga ao desafiar-me para irmos ver o filme da Amália, e porquê não levar a "minha diva" para que ela pudesse ouvir e ver um dos seus ídolos.
O Filme situa-nos no Portugal dos anos 40 do Século XX. E relata-nos a vida de uma jovem que tem uma relação muito dificil com a mãe, encontra no canto do fado a sua "fuga" para conseguir viver. Sem instrução escolar consegue aquilo que nenhuma escola, por mais que exercite, consegue formar: uma voz como a sua que, numa métrica de rigor inalterável, se elevava do chão, como um cântico ao sofrimento.
O amor ou desafecto poderão explicar o registo da sua vida. O que leva uma jovem fadista quase sem instrução a escolher cantar os grandes poetas da língua portuguesa como Camões, Bocage, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill, Ary dos Santos.
A relação precoce e visionária de Amália Rodrigues com a melhor poesia permanece um enigma. Poderá ter tido uma estranha forma de vida, mas foi um relevante factor aglutinador do povo português, que fez dela seu património, mesmo que no fim da vida, e depois do 25 de Abril, tivesse sofrido com as injustiça de alguns que quiseram que ela fosse denunciada como um simbolo do Estado Novo.
Gostei de ver como uma das figuras lendárias do fado e da cultura portuguesa do século passado, exprime essa forma melancólica e nostálgica que é a Saudade…
E como escreveu Camilo Castelo Branco "Só faz versos (ou canta - adaptado por mim)quem tem a alma cheia de saudades ou de esperanças"
Obrigado pelo convite!
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