"Durante anos fui um neurótico. Um ser angustiado, deprimido e egoísta. E toda a gente insistia em dizer-me que tinha de mudar. E não deixavam de me recordar o neurótico que eu era. E não me ofendia, porque estava de acordo com eles e desejava mudar-me mas nunca conseguia, por muito que tentasse. O pior era que o meu melhor amigo não deixava de me recordar o estado neurótico em que me encontrava. E também insistia na necessidade de uma urgente mudança. E também estava de acordo com ele e não me poderia sentir ofendido. E com isto tudo, sentia-me impotente. Mas, um dia disse-me: Não mudes. Continua a ser aquilo que és. Na realidade não me importa que mudes ou deixes de mudar. Eu quero-te tal como és e não posso deixar de querer-te. Aquelas palavras soaram aos meus ouvidos como música. Não mudes. Não mudes. Não mudes…Quero-te… Então, tranquilizei-me. Senti-me vivo e para espanto meu, mudei.Agora sei que na realidade não podia mudar até encontrar alguém que me quisesse, independentemente se mudasse ou não mudasse."
(Anthony de Mello, sj)
(Anthony de Mello, sj)
1 comentário:
De facto para amar é preciso manter este desejo de encontro connosco próprios. Por isso a história dos meus desencontros com os outros começaram por serem desencontros dentro de mim... e, portanto não encontrei a Felicidade. Quem nos ama também deve sentir-se responsável pelo encontro dentro de nós, mas hoje o egoísmo é muito forte para que o amor mantenha um olhar atento sobre o outro e não sobre aquilo que eu quero. Não conseguirei nunca ser egoísta, por isso o meu olhar será sempre aquele que acho que deve ser...mas o olhar sobre mim mudou para melhor. E
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