23 janeiro 2009

Não Mudes...!


"Durante anos fui um neurótico. Um ser angustiado, deprimido e egoísta. E toda a gente insistia em dizer-me que tinha de mudar. E não deixavam de me recordar o neurótico que eu era. E não me ofendia, porque estava de acordo com eles e desejava mudar-me mas nunca conseguia, por muito que tentasse. O pior era que o meu melhor amigo não deixava de me recordar o estado neurótico em que me encontrava. E também insistia na necessidade de uma urgente mudança. E também estava de acordo com ele e não me poderia sentir ofendido. E com isto tudo, sentia-me impotente. Mas, um dia disse-me: Não mudes. Continua a ser aquilo que és. Na realidade não me importa que mudes ou deixes de mudar. Eu quero-te tal como és e não posso deixar de querer-te. Aquelas palavras soaram aos meus ouvidos como música. Não mudes. Não mudes. Não mudes…Quero-te… Então, tranquilizei-me. Senti-me vivo e para espanto meu, mudei.Agora sei que na realidade não podia mudar até encontrar alguém que me quisesse, independentemente se mudasse ou não mudasse."
(Anthony de Mello, sj)

1 comentário:

Anónimo disse...

De facto para amar é preciso manter este desejo de encontro connosco próprios. Por isso a história dos meus desencontros com os outros começaram por serem desencontros dentro de mim... e, portanto não encontrei a Felicidade. Quem nos ama também deve sentir-se responsável pelo encontro dentro de nós, mas hoje o egoísmo é muito forte para que o amor mantenha um olhar atento sobre o outro e não sobre aquilo que eu quero. Não conseguirei nunca ser egoísta, por isso o meu olhar será sempre aquele que acho que deve ser...mas o olhar sobre mim mudou para melhor. E