Pressupor que eu não posso falhar é o primeiro passo para o fracasso. Pressupor que os outros nunca podem falhar é o segundo passo para o fracasso. Aceitar, assumir perante mim e perante os outros, que não sou perfeito é o primeiro passo para uma vida em paz. Aceitar que os outros também não são perfeitos é o segundo passo para uma vida em paz.Tudo tem a ver com a imagem desfocada que temos de nós mesmo e dos outros. Se achamos que temos ser perfeitos provavelmente é porque nos conhecemos demasiado pouco. Ainda não entrámos de verdade nas nossas zonas de inconsistência e incoerência. E todos as temos! E, claro, se não tivemos a experiência de viver a nossa própria fragilidade, então nunca a aceitaremos nos outros. É isso que nos torna juízes impiedosos uns dos outros.Por isso, algo tão simples como pedir desculpa, dizer “tens razão, eu falhei”, é dos actos mais cheios de humanidade, de humildade, que podemos ter. E perdoar, o outro enorme acto de humildade. É que a perfeição não está em ser-se impecável. A perfeição está no amor. E o amor é humilde. E isso estraga tudo.
19 janeiro 2009
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1 comentário:
Que lindo texto de provocador que é! Na realidade, o amor só se ajusta à arrogância, se o amor por nós próprios for superior áquele que temos pelo outro...e esse amor é deficiente. Pese embora a necessidade lógica de gostarmos de nós próprios, o amor implica actos de reconhecimento do erro ou de júbilo pela sua correcção e isso obriga-nos a sermos humildes. E quem já descobriu isto, também descobriu que é este amor que nos faz crescer porque nos ajuada a olharmos constantemente para nós. O problema é que o acto de humildade é muito vezes confundido com o acto da humilhação e são duas coisas tão distintas´... é que a ausência de humildade pode levar à humilhação e ao ridículo e não o contrário!BB
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