A fonte principal de dificuldades nas relações inter-pessoais são os sentimentos próprios e alheios. Na cultura dominante dos nossos dias é frequente ignorá-los ou até mesmo negá-los. Nada é mais natural do que ter sentimentos, é preciso aceitá-los, sejam eles quais forem: solidão, alegria, tristeza, amor, inveja, angústia, ansiedade... isto é próprio do ser humano! É importante saber que os sentimentos não são bons nem maus, eles são um sinal de consonância ou dissonância com os outros que nos rodeiam.
O mais importante nas relações inter-pessoais é prestar atenção aos sentimentos dos outros, sobretudo quando são expressos de maneira indirecta. Mas é preciso encontrar o momento oportuno para exprimir os sentimentos directamente, ainda que isto suponha sempre um investimento arriscado. A relação entre os dois será então, sem dúvida alguma, mais estreita, mais nítida, mais compreeensiva, mais pessoal.
Mas só estaremos bem com outro, se estivermos bem connosco. E isso só é possivel quando aceitamos a nossa própria afectividade, temos uma certa coerência no nosso agir, desenvolvemos uma boa capacidade de comunicar e sempre nos responsabilizamos pelos próprios actos.
No entanto, os sentimentos são muitas vezes reprimidos em nome de principios de vida, que por não serem admitidos, se reprimem e resultam na sua absolutização. A moral não se deve meter antes do tempo, o sentir é pré-moral pois não depende da minha liberdade.
O Papa João Paulo II afirmava que o amor, no seu conjunto, não se reduz à emoção nem ao sentimento, que não são senão alguns dos seus componentes. Um elemento mais profundo, e de longe o mais essencial de todos, é a vontade, que tem o papel de modelar o amor no homem. Na amizade - ao contrário do que sucede na simpatia - a participação da vontade é decisiva.
Toda a falta de verdade comigo, mais cedo ou mais tarde é fonte de grande conflitos internos e externos. As mudanças superficiais são sempre rápidas, as mudanças interiores são lentas e profundas.
E como dizia Saint-Exupéry "O essencial não se vê com os ouvidos, mas sim com o coração".
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