30 setembro 2008

Há um Tempo....!


Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.(Fernando Pessoa)

Boa Viagem....!


29 setembro 2008

Palavras....!


Gosto das palavras... sim... da força que possuem, da grandiosadade do seu poder!
Gostava de possuir o dom de, como por magia, as conseguir juntar e para sempre nelas eternizar o que sinto, o que sonho, o que temo, o que sofro, o que rio, o que vivo, o que adoro... o que sou!

Mas destesto as palavras que nos magoam, que não fazem sentido, que não são verdadeiras e principalmente são usadas conforme as situações, em duplo sentido escondendo a verdade que há por detrás.

Fico feliz por sentir que as minhas palavras tocam quem as lê... é sinal de que estou a conseguir dar-lhe de volta o seu verdadeiro significado... o de sentir, amar, viver, construir!
Mas também gosto de as ler, quando não são minhas... palavras escritas à distância de um tempo não partilhado mas intimamente ligado por sentimentos, sonhos e desejos comuns e, acima de tudo, unidas por um sentimento por vezes impossível de traduzir por meras palavras...!

Por isso, considero que existe o tempo das palavras. Mas há também os momentos em que elas nem precisam ser ditas para que existam. Como se, por magia, comunicássemos numa outra dimensão, para além da fala e da escrita.

A Luz nos Homens...!

"O homem não foi feito para ver a luz, mas para ver apenas as coisas iluminadas pela luz." (Goethe)

O Silêncio das Mulheres...!







28 setembro 2008

Será apenas uma questão de tempo?

"As coincidências são pequenos milagres em que Deus prefere ficar incógnito"

O banco...!


Entre folhas caídas e o frio do Outono este banco insiste em esperar por alguém, insiste em esperar pelas confidências, insiste em esperar pelo reviver o passado e o contar de histórias, insiste em esperar pelo calor de alguém. Está frio, as folhas estão caídas no chão e o banco lá ficou, na sua solidão. Resta-lhe o calor da cor no meio de tantas folhas.

27 setembro 2008

Esperar...!


Saber esperar é uma qualidade que nos últimos tempos tenho exercido com alguma intensidade. Nos dias de hoje, esperar em nome dos valores tradicionais pelos quais fui educado e oriento a minha vida, parece estranho, mas no entanto é assim que me sinto seguro e tranquilo.
Espero para que se possa avaliar, pois avaliar é criar. São as nossas avaliações que transformam as coisas avaliadas em tesouros que ficam escondidos, ou em jóias que dão valor e deslumbramento à nossa vida. Avaliar é criar valores: sem tal avaliação, a existência humana não teria sentido.

26 setembro 2008

A Elegância....

(Elegância não é fazer notar, mas fazer recordar...)


A elegância genuína não é algo que se aprende. É uma questão de personalidade. Dos próprios valores e tradições. De um estilo de vida cultivado. E de se saber o que é realmente importante na vida.
Tenho muita sorte porque a vida já me cruzou com algumas pessoas que são muito elegante, e uma delas é elegantíssima...

25 setembro 2008

Asas...!


A amizade é o Amor sem asas.

As conchas também falam...!


Há livros aos quais volto uma e outra vez. Livros que nunca chegam a ser arrumados nas prateleiras porque ficam por aqui pousados, sempre prontos para serem abertos e lidos.
De vez em quando lembro-me e vou buscar um deles, e no outro dia agarrei novamente num que foi comprado recentemente mas que se juntou aqueles que passam a estar sempre disponíveis para uma nova leitura, neste caso refiro-me ao "Dávidas do Mar", Anne Morrow Lindbergh-Livros D Seda. Que me foi indicado por uma amiga quando fomos conhecer a nova livraria Byblos nas Amoreiras.

Sendo um livro escrito por uma mulher e para as mulheres este pequeno livro, grande na sua simplicidade e sabedoria, traz reflexões que ocorreram à autora quando esteve em contacto com o mar, com uma praia, com uma ilha. Anne Morrow Lindbergh, mulher do grande aviador americano Charles Lindbergh, é dona de uma prosa poética incomparável. Neste livro, escrito em 1955, autora explora temas profundamente humanos — solidão, amor, casamento, maturidade, envelhecimento — e compara-os aos vários tipos de conchas do mar. Num novo capítulo escrito vinte anos depois, ela reflete sobre um mundo que, nessas duas décadas, mudou inteiramente em alguns aspectos, mas permaneceu inalterado em outros — pelo menos na necessidade profunda de auto-realização da mulher e no papel do homem nesse processo.

É um livro actual e que agora emprestei. Obrigado a quem me indicou! Espero quem agora está lê-lo o saborei internamente e saiba tirar dele o máximo proveito.

24 setembro 2008

Fim de Tarde...!


If you're lost you can look and you will find me

Time after time

If you fall I will catch you

I'll be waiting

Time after time

Ser Diferente...!

ATREVE-TE A SER DIFERENTE...


De formatos tradicionais o mundo está cheio, é uma manipulação aos ideais aos sonhos ao comportamento social. Cada vez mais somos forçados a ser igual à maioria, para que não nos achem diferentes...

23 setembro 2008

Pedido..!

Adorei falar contigo mas por favor...



Momentos...!


O Outono é a despedida mais bonita. Como se a Natureza resolvesse dizer um até já e deixar um presente. Despede-se em cada dia de sol quente e céu frio, com o calor do Verão ainda impresso nas folhas caídas.
Uma despedida adivinha um tempo de distância, mas deixa as marcas do que se viveu.
E quando as coisas caem na monotonia, independentemente de serem bons ou maus momentos, a reacção mais provável é tentarmos novas coisas, encontrar mais lugares onde caminhar, porque parece que estes não funcionam ou já deram tudo o que tinham a dar.
Nos momentos menos bons, procurar novos pontos de apoio, pode ser uma precipitação, se não partirem de bens já adquiridos e solidificados. Quando se está bem e se procura novidade pela novidade, é bom ver antes se o que se percorreu até agora deu todos os frutos que tinha a dar.
A pressa não é boa amiga da paz de espírito. Nem sequer por bons motivos. Se o coração encontrou paz numa pessoa, também alí se deve contruir uma morada, escrever menos linhas, mas viver mais a fundo a Vida.

22 setembro 2008

Liberdade...!


Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade.

A liberdade não é um fim, mas uma consequência. (Léon Tolstoi)

Fim de Tarde...!


Amigos...!


"Se a todos nós fosse concedido o poder, como num passe de mágica, de ler a mente uns dos outros, suponho que o primeiro efeito seria que quase todas as amizades se desfariam. O segundo efeito, entretanto, poderia ser excelente, pois um mundo sem amigos seria sentido como intolerável, e nós teríamos de aprender a gostar uns dos outros sem a necessidade de um véu de ilusão para esconder de nós mesmos que não nos consideramos uns aos outros pessoas absolutamente perfeitas. Sabemos que os nossos amigos têm as suas falhas, e que apesar disso são pessoas de um modo geral aprazíveis das quais gostamos. Consideramos intolerável, no entanto, que tenham a mesma atitude conosco. Esperamos que pensem que, ao contrário do resto da humanidade, nós não temos falhas. Quando somos compelidos a reconhecer que temos falhas, tomamos esse facto óbvio com demasiada seriedade. " (Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade")

Quando um amigo me engana uma vez a culpa é dele. Mas quando me engana duas ou mais vezes então a culpa é minha!
Não há nada mais complicado do que lidar com um amigo que é egoísta e que acha que a vida roda sempre à sua volta. Mas conheço pessoas, é verdade que não são muitas, que sempre colocaram os outros: marido, filhos, família e os amigos à frente de si e da suas necessidades mais básicas como sentir-se acolhida e agradecida por tudo aquilo que fizeram. Estás pessoas sendo discretas, são muito presentes, e têm uma grandeza enorme. Com estas pessoas (H.) amizade é verdadeira e por isso encontramos sempre sinceridade, lealdade, afinidade, cumplicidade, simplicidade e muito carinho.

Para os primeiros, aqueles amigos que são egoístas e pouco sinceros, cada dia que passa me vou afastando mais deles, os outros que são sinceros e altruístas desejo arduamente que a nossa amizade se torne cada vez mais madura e com isso se consiga superar as diferenças que existem. Grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito pelas diferenças, e não apenas em desfrutar das semelhanças de uns e outros.

A verdadeira amizade é aquela que o vento não leva, e a distência nunca separa! E quando é mesmo verdadeira ela duplica as alegrias e divide as tristezas.

".... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"
(Fernando Pessoa)

21 setembro 2008

O coração não sente o que os olhos não vêem...!


Há certas pessoas que "Quando falam com sinceridade não sei com que sinceridade falaram"... Sempre acreditei na sinceridade daqueles que para mim são especiais, mas a verdade é que "Nunca sabemos quando os outros são sinceros. Talvez nunca o sejam. E mesmo que sejam sinceros hoje, amanhã podem sê-lo por coisa contrária."
(inspirado em Fernando Pessoa, adaptado por mim).

Tenho Saudades...!


No mar não se fazem muros, nem estradas. Não posso marcar um território só meu e um reino de animais marinhos e algas que me pertençam. No mar só consigo viver na superfície, e ir lá ao fundo é uma aventura que me supera.O mar tem tanto de assustador como de tranquilizante... é horizonte e é fim. Serve para o atravessar, entre riscos e descobertas. Ir ao fundo do mar é encontrar paisagens que não vejo habitualmente. Fico rodeado de água, na qual não me movo habitualmente.O mar é livre e quando me recebe, fá-lo totalmente. Não me impede de passar através dele, nem de entrar nele quando quiser. Mas nunca o trago completamente comigo... apenas o ficar molhado e a emoção de ter estado dentro de algo gigante e precioso.E é este mar eterno que trago comigo, águas criadas pelo espírito de Deus que me levam a entrar em mim, na liberdade, no risco, no encanto, e na Beleza.
AV

20 setembro 2008

Fim de Tarde...!


O que fica...?
"De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre a começar...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro..."
(Fernando Pessoa)

As pessoas certas nas alturas errada...!

Alguém disse que, muitas vezes, as pessoas certas se conhecem nas alturas erradas. Fez sentido e a frase ficou a fazer eco. A vida quase nunca é como gostávamos que fosse.
Por um lado é pena mas, por outro, é também nos impossíveis que se cresce e amadurece. Afinam-se os critérios, apura-se uma ou outra virtude e treina-se a liberdade interior.
O desapego é um exercício difícil mas não é impossível e, quando menos se espera, acontecem verdadeiras surpresas e as pessoas revelam-se no seu melhor. E é isso que devolve a paz, dá forças e inspiração para ir mais longe. Por mais paradoxal que pareça, certos impossíveis enchem-nos de certezas felizes.

Todos temos uma necessidade vital de ternura. Sem esta ternura primordial não sobreviveríamos. A ternura é o princípio de tudo mas muitos não sabem como lidar com a ternura fundamental. Temos, muitas vezes, uma compreensão errada de tudo isto. Precisamos de ter uma mente e um coração mais despertos e inteligentes. Isso é possível se treinarmos o desapego a certas emoções, se meditarmos, se contemplarmos e fizermos silêncio, abrindo o espírito a outras formas de compreensão e com isso alcançar a paz.
A paz dentro de nós é o que permite deixar acalmar a poeira e ver o caminho que temos pela frente. Não se consegue a paz sem esforço, se bem que não deixa de ser um dom. Mas passa também muito por aquilo que decidimos acerca de nós próprios, da verdade que queremos e ousamos ter diante de nós. Sem medos, sem preconceitos, rodeados de certezas felizes, como se fossem abraços.Porque estamos rodeados de coisas melhores do que imaginamos e podemos sentir o quanto fazemos parte delas. E do quanto podemos fazer por elas.Há um regresso que cada dia podemos fazer dentro de nós, para nos rirmos das mil voltas que fazemos, perdendo tempo com inutilidades por vezes tão urgentes.

Aquilo que distingue a qualidade do que temos a dar como pessoas, e de transmitir os valores em que acreditamos, tem a ver com a qualidade com que fazemos nosso aquilo que dizemos. Infelizmente eu estava completamente enganado! E por isso perdi toda a confiança....!

19 setembro 2008

Momentos Únicos em que Somos Tocados..!


"Olá João:
Quero agradecer-lhe a visita e conversa que tivemos este fim-de-semana no hospital. Devo confessar que ao princípio achei muito estranho a sua presença junto dos doentes de oncologia, pois não vinha visitar nenhum doente em especial, mas apenas falar e dar-lhe uma palavra de apoio e ânimo também extensível às famílias que nos acompanham. Falamos de algumas coisas e entre elas da blogesfera, e contou-me que tinha um blog e deu-me o seu endereço.
Cá estou a visitar este seu espaço e quero dizer-lhe que gostei imenso dos seus textos e além disso parece-me que temos um ponto em comum, a fotografia.Como comecei ontem a trabalhar e continuo a fazer os tratamentos, não posso dar-me ao luxo de vaguear pela blogesfera mas este seu espaço passará a ser uma das minhas prioridades. Vou saboreá-lo longamente enquanto afasto as mechas de cabelo que há 4 dias me teimam em cair (frutos da quimio).Tenho a certeza que vou adorar, vais ser "o meu momento zen" do dia!

Beijos!

Inês"

Há momentos nas nossas vidas que não sabendo bem porquê tomamos decisões que aparentemente não fazem sentido mas que podem ter efeitos tão compensadores para os outros, como foi o caso de ir visitar os doentes de um hospital, e que foi decidido como uma terapia pessoal perante a tristeza que me encontrava.
Durante estes dias não consegui deixar de pensar naqueles doentes, e fiquei muito comovido com esta mensagem ontem deixada nos comentários, cheia de agradecimento e, acima de tudo, me confia sem hesitações que neste período do seu tratamento este espaço vai ser o “meu momento zen”.
Confesso que a atitude da Inês me tocou pela profundidade e leveza com que encara esta realidade, e não consigo deixar de dizer aqui que as suas palavras continuam a fazer eco dentro de mim, pelas razões evidentes, mas também por tocar numa fibra sensível que é a minha relação de proximidade com pessoas amigas do coração que estão neste momento a atravessar esse calvário de quimio e radioterapia. Umas estão no auge do tratamento, outros em fase de ressaca e outros ainda suspensos de resultados que lhes permitam ficar tranquilos no futuro.

Por tudo isto, e de forma especial pelo que não cabe dizer aqui, agradeço a confiança e a partilha. Muito obrigada, Inês. Ficam os meus votos mais que sinceros de um bom dia! Para amanhã, para depois e para todos os dias. E coragem, claro!
Como são pequenos os nossos problemas, de busca da felicidade ao pé deste com o qual se trava uma guerra por vezes tão desigual.

Hoje estou assim....!


18 setembro 2008

Boa Noite....!


Fim de Tarde...!

No meu silêncio...


apenas não costumo por norma dizer o que sinto, mas aproveitar o que sinto para dizer qualquer coisa (Ruy Belo)


17 setembro 2008

O Amor Incomoda...!


Encontrei este artigo da autoria da Laurinda Alves, na revista XIS (2005), e por concordar inteiramente com ele, gostava de o partilhar....

"Com maior ou menor frequência, acontece-nos a todos tropeçar em alguma coisa ou alguém que nos obriga a parar e pensar. Os acontecimentos à nossa volta, as circunstâncias específicas de cada um, a vida vivida (e quase nunca sonhada) e aquilo que não entendemos levam-nos a fazer perguntas a nós próprios. A tentar perceber, a encontrar um sentido, a avaliar e medir.Ir ao fundo de si mesmo nunca é um caminho fácil nem linear e, por isso, instintivamente evitamos algumas direcções e preferimos certos atalhos. Parecem-nos mais seguros e, no imediato, até abreviam o percurso, mas intimamente sabemos que a longo curso muitos desses atalhos só multiplicam os trabalhos.Temos tantas coisas mal arrumadas dentro de nós que a tentação de evitar caminhos é banal e universal. Ou seja, todos sabemos do que se trata.Acontece que nem sempre podemos “ir à volta”, assobiar para o ar ou fingir que não vemos o que estamos a ver e não ouvimos o que estamos a ouvir. Falo, em especial, da voz interior que nos habita e jamais poderemos calar. Falo de sentimentos, portanto.Alguém disse um dia que “deixar–se amar é aquilo a que todos resistimos mais ao longo da nossa vida” e, de facto, deixarmo-nos amar é de certa forma incómodo. Senão vejamos.Aceitar amar e ser amado envolve riscos à partida: podemos sofrer com esse amor; podemos achar que não estamos à altura de responder aos seus desafios; podemos sentir posse e ciúmes e podemos ter a angústia de o vir a perder. Para quem, como nós, tem tantos medos e aflições e, insisto, tantas coisas por arrumar cá dentro, estes e outros riscos são um preço demasiado elevado para pagar pelo amor. Ou não. Tudo depende do preço que cada um está disposto a pagar por aquilo que é verdadeiramente essencial para si.Acima de tudo, ninguém quer sofrer, mas na realidade também tem que haver lugar para a tristeza e, neste sentido, cabe perguntar se por haver sofrimento as coisas deixam de ser importantes.Voltando à questão do amor poder ser incómodo, vale a pena pensar que, sob a aparência de bem, o tempo e a vida muitas vezes se vão encarregando de nos tirar a capacidade de amar e de sermos amados, na medida em que nos vão enchendo de coisas, interesses, medos, equívocos, situações menos claras, critérios, prioridades e preguiças que se vão instalando na nossa cabeça e no nosso coração e nos impedem de sentir com verdade. Este tempo vertiginoso e esta vida acelarada confundem-nos e alteram profundamente a nossa maneira de ser e estar. Muitas vezes não sabemos o que é importante e não sabemos onde pomos o coração. O pior é que frequentemente as nossas prioridades do coração não acompanham as da cabeça e é este descompasso de racionalmente sabermos o que vem em primeiro lugar, mas emocionalmente não sermos capazes de lhe dar a prioridade absoluta, que, tantas vezes, nos deita a perder.É justamente nesta lógica, neste sentido exigente e perturbador, que o amor exerce alguma violência sobre nós. Ou pelo menos alguma pressão, na medida em que nos obriga a perceber que se não há espaço para amar é porque esse espaço está ocupado com outras coisas.Por tudo isto, só é possível ir mais longe se arriscarmos quebrar paredes e derrubar muros que permitam criar o espaço que nos falta. Ou fazer como fazem os entendidos, que podam as videiras e cortam os ramos para que os frutos cresçam mais e a seiva circule melhor."

Fim de Tarde...!


Hoje mesmo com toda a tristeza e desânimo que levo dentro de mim, foste visita constante na minha memoria, e enquanto olhava o oceano que me parecia infinito senti uma saudade que não consigo transmitir nas minhas palavras. Mas será que vale a pena tanto desgaste? O amor sincero não se compactua com qualquer forma de conflito ou frustração. A vida pode passar muito depressa, mas o que um dia foi real e sincero fica marcado para sempre.

O Milagre da minha Vida...!


Mar sonoro

Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim


Sophia de Mello Breyner Andresen

16 setembro 2008

Estado de Alma!


Triste, Magoado e Desanimado....

15 setembro 2008

A verdade que dói...


Será que o importante é saber a verdade? Hoje fiquei com a impressão que por vezes seria melhor não saber a verdade das coisas. Mas não saber não impede a verdade de ser verdadeira.

É verdade que existe um preço para tudo, mas este preço é relativo. Como é possível andar a entregar os meus momentos mais pessoais, sem sentimentos, apena por pena do outro?

Quando seguimos os nossos sonhos, podemos dar a impressão aos outros de que somos miseráveis e infelizes. Mas o que os outros pensam não importa, o que importa mesmo é a alegria do nosso coração e a felicidade das nossas vidas.

A verdade reside em todo coração humano, e cada um deve procurá-la, e deve ser guiado pela verdade assim que a veja. Mas ninguém tem o direito de forçar os outros a agirem de acordo com sua própria visão da verdade, e muito menos temos o direito de mentir em verdade por pena e caridade. O problema é que ninguêm fica a ganhar com esta situação.

Um amigo de verdade é capaz de entender um olhar,um sorriso e até um longo momento de silêncio, mas terá dificuldade de entender que essa pessoa perca a sua dignidade como ser humano, fazendo coisas que não desejava, mas que se deixou levar pelos acontecimentos.

Dificil não é lutar por aquilo que se quer, mas sim desistir daquilo que mais se ama. Eu começo a desistir. Mas não foi por não ter coragem de lutar, mas sim por não ter mais condições de continuar a sofrer, pois não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido.

As nossas atitudes escrevem o nosso destino. Nós somos responsáveis pela vida que temos. Culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. A aprendizagem é nossa e ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazer pelos outros. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos...

Continuo cheio de me sentir vazio e de ser sempre aquele do qual se foge. Por isso eu sigo o caminho à procura da Paz e da Felicidade.
Até lá é necessário que acha um afastamento até que se assuma de uma vez por todas uma aproximação única,sincera, verdadeira e determinada na busca da felicidade e da partilha de uma vida.

Fim de Tarde...!





Estados de Alma...!

“Se”... Esta palavrinha é muito perigosa. Pode-nos encher a vida de “condicionais”, e levar a adiar tudo ou a desistir. Se eu soubesse o que se vai passar, se estivesse nessa situação, se fosse mais magro, se soubesse o que escolho, se não fosse como fui educado... então seria, faria, aconteceria...
Mas só há uma maneira de viver: com o que sou, aqui e agora. O resto é tentação!
Tomada esta decisão, começa o tempo feliz de ir concretizando a vontade de bem. Aí entra a coerência, a atenção a erros passados que gostaria de evitar, e criatividade para ser melhor. Os momentos de cansaço – físico, psicológico, emocional ou espiritual - são indicadores de que estou a perder relação com a minha vontade de bem. Se não perder de vista esta raiz, em cada dia tenho oportunidade de reforçar aquilo que sou. Transformo a vontade num ciclo virtuoso, iluminado, capaz de mudar coisas em mim e à minha volta que antes não me tinha apercebido. Se algum dia me sentir cansado, esse cansaço será feliz, e isso é uma experiência de grande consolação.

14 setembro 2008

Fim de Tarde...!

Andam à tua....


Saberás de Ti?


Os outros...!


É um daqueles dias em que preciso de ensaiar o sorriso ao espelho. Estou tão zangado e triste!
Ele demora a vir. E quando vem... não me reconheço. Aquele, em frente a mim, tem um sorriso que não é meu.
Eu estou muito zangado, tão zangado!
Não conheço nenhuma outra maneira de estar no mundo, hoje.
Saio da frente do espelho.
Não resultou, desta vez.
O outro fica lá com o sorriso. Eu vou embora, zangado.

Então como estava tão zangado, resolvi que devia ir visitar aqueles que infelizmente estão a sofrer pois a vida fez-lhes uma partida, que atravessam o deserto mais abrasivo de todos, o que parece não ter fim, aquele em que as miragens chegam a tornar-se insuportáveis de tão inatingíveis...
Falo de pessoas com doenças tão graves e tão devastadoras como o cancro. Falo de coisas muito sérias e muito dolorosas. E foi porque estive com elas e com algumas cheguei a rezar para que Ele lhes dê forças para o caminho (para esta longa e penosa travessia) que fiquei com a última frase de uma oração que li e que me ficou a fazer eco:

"Nenhum coração é tão inteiro como um coração partido. "

Embora pareça só uma frase muito romântica e muito poética, tem uma profundidade e um alcance enormes. E múltiplos sentidos. A oração aplica-se a esta e a muitas outras realidades. Agradeço de coração inteiro esta pequena-grande oração também para o meu caminho, e aos doentes que visitei que conseguiram que eu sentisse que a minha zanga não é nada ao pé de tanta coragem para ultrapassar tanto sofrimento.

Desejo arduamente que outras pessoas que eu conheço possam começar a sorrir novamente, pois como dizia o P. Pedro Arrupe " O mundo anda sem nós, de nós depende que ande connosco"

13 setembro 2008

Fim de Tarde....!

HOJE POR MOTIVOS PESSOAIS
NÃO HÁ O FIM DE TARDE!

A Tristeza da Verdade...!

Era isso que eu queria mas...



Por vezes a vida obriga-nos a constatar a verdade que há em certas pessoas, mas amizade e o amor só nos deixava ver o muito bom do outro, e por isso ficamos cegos e não conseguimos ver as suas fragilidades, incoerências e egoismos.

Nesse instante apercebemo-nos que a nossa aposta nessa pessoa fica sem sentido, somos acolhidos por sentimentos de frustação e de uma enorme tristeza.

Nesse caso é necessário que acha um afastamento e uma real despedida até que a pessoa assuma uma aproximação sincera, verdadeira e principalmente nada âmbigua. Essa despedida é sem dúvida um momento de tristeza , em que os corações se preparam para viver uma saudade, cheia de boas recordações e principalmente fica o amargo de boca de não ter conseguido verificar se a felicidade passava por "aquele" caminho.

Sei que é preciso ter muito cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e conversas, principalmente quando são acerca da vida intima de duas pessoas. Por vezes dizemos coisas desagradáveis que aparentemente revelam sentimentos e pensamentos que na realidade não sentimos e não pensamos... Minutos depois, quando a raiva passar, não nos vamos lembrar mais delas... Porém, aquele a quem tais palavras foram dirigidas, jamais as esquecerá, vai ficar magoado, sentido e triste! Mas os silêncios também falam, saiba eu perceber o seu significado.

Mas uma coisa é certa já estou cheio de me sentir vazio e de ser sempre aquele do qual se foge, mas como dizia Oscar Wilde "As sensações são os detalhes que constroem a história da nossa vida."
Por isso eu sigo o caminho à procura da Paz e da Felicidade, quem quiser vir comigo....







12 setembro 2008

Fim de Tarde...!

Sem Falar...!


Sem poder falar, manter-me em silêncio e respeitando outros silêncios ... Muitas idéias na cabeça e sem vontade de dizer qualquer coisa. Por enquanto sigo o meu sentimento e desejo, que vale mais que qualquer palavra.
Ah, esse espaço gigantesco, entre o meu coração e a minha cabeça...Atemporal e muitas vezes, simplesmente, mudo.

11 setembro 2008

Fim de Tarde...!

I Have One....!


Acredite na Felicidade!


É um previlégio para mim conhecer pessoas verdadeiras e humildes. Aquilo que distingue a qualidade do que temos a dar como pessoas, e de transmitir os valores em que acreditamos, tem a ver com a qualidade com que fazemos nosso aquilo que dizemos. Nota-se quem fala só com palavras e quem fala através de uma magia escondida na voz, que às vezes até nos pode comover e neste caso particular que saudades eu tinha de a ouvir.

Neste últimos tempos, e porque o temos feito muito pouco, no final das nossas conversas sinto-me como tivesse acabado de assistir ao entardecer num ambiente de tranquilidade e a saborear bem a brisa que corre e que vem do mar.

Por outro lado aprecio mesmo muito a (sua) humildade, pois acho que é das características mais fascinantes de uma pessoa, mas no meu caso pessoal infelizmente vou verificando que as pessoas me pedem que exercite mais essa dimensão.

A humildade tem muito de verdade. Sobretudo aquela que aceita os dons com naturalidade e nos faz afirmar a bondade das nossas qualidades pessoais e de como temos a capacidade de olharmos para nós e vermos que somos pessoas grandes, bonitas e boas. Porque normalmente confundimos humildade com o achar que valemos pouco. Mas é exactamente ao contrário! É humilde quem é gigante de coração.Reconhecer os nossos erros e fragilidades também nos faz humildes porque reconhecemos que há sempre caminho a fazer. Ser quem somos, tesouros em vasos frágeis. Seria bom ser cada vez mais tesouro e não olhar só para o barro. O tesouro alegra quem o descobre e quem pode trazer coisas bonitas para a vida através dele. E ser tesouro para alguém, isso é mesmo bonito...

Por isso o único modo de alguém ser feliz é acreditar e julgar-se feliz....

Cansado...!


Começo a dar sinais de ficar cansado de deixar os meus sonhos no baú...há alguns que não me largam...que por muitas voltas que lhe dê voltam sempre e sempre, mesmo com a vida tão preenchida que tenho. Fico saturado de os ver ainda apenas na condição de sonho... Sinto que o grande problema não é não conseguir dizer não, mas dizer sim profundos que mexam com a verdadeira essência da minha vida na procura da felicidade que tanto desejo.

10 setembro 2008

Fim de Tarde..!

Nós e os Outros...!


Nos últimos tempos tenho tomado consciência de que através das nossas relações humanas podemos ter a possibilidade de transformar a vida dos outros.
Não é em todas as nossas relações que acontece assim, aliás até são poucas.

Mas há casos em que algo de nós fica, chega-se a perceber que alguém não seria a mesma pessoa se não nos tivesse conhecido.
A minha experiência é esta, de ter conhecido e conhecer pessoas que me fazem diferente, para melhor. E eu ter conhecido e conhecer pessoas que ficaram diferentes, para melhor.

Mas o mais importante é que não fico apegado a isso, é qualquer coisa que me ultrapassa, que vai mais além da minha tomada de consciência.
Diariamente agradeço o que somos uns para os outros.

09 setembro 2008

Fim de Tarde...!

A Espera....!


Não tenho dúvidas sobre o quanto podemos ganhar sempre que tomamos uma atitude de espera nas nossas vidas. Tudo o que de maior podemos imaginar pode tornar-se acessível. Vivemos entre o concreto e aquilo que acreditamos que um dia possa a ser nosso. Por isso nos esforçamos, e a Vida faz-se de uma motivação multiplicada que nos enche de Consolação (é curioso ver que a origem da palavra Consolação - o estado de espírito tocado pela graça do futuro que Deus quer para nós - vem do latim con-solatio. Ou seja, estar-com (Deus = Amor) na solidão. Mas a verdade é que nesse preciso momento deixa de ser solidão).


Mas há momentos na Vida em que a solidão é a nossa mais pura verdade, é o espaço onde percebemos a radicalidade da nossa fragilidade. E a consolação surge como uma luz intensa que não nos afasta simplesmente de situações menos confortáveis, mas toma conta de nós quando tomamos decisões que apenas nós podemos tomar. E as consequências de uma decisão solitária, mas consolada e por isso confirmada, são de factos os nossos caminhos de plenitude ao encontro da nossa felicidade.


"E agora percebo com quanta razão sempre achei detestáveis as construções feitas por capricho... tudo coisas nascidas mortas, pois aquilo que verdadeiramente não tem em si uma razão de existir, não tem vida, e não pode ser grande nem vir a ser grande" (Goethe)


08 setembro 2008

07 setembro 2008

Fim de Tarde...!

Oslo Gospel Choir - Open The Eyes Of My Heart

O Sonho de uma Flor....!


Uma flor sonhava dia e noite com a companhia das abelhas, mas nenhuma vinha pousar nas suas pétalas. A flor, entretanto, continuava a sonhar: durante as noites, imaginava um céu onde voavam muitas abelhas, que vinham carinhosamente beijá-la.

Desta maneira, conseguia resistir até ao dia seguinte, quando tornava a abrir-se com a luz do sol.

Certa noite, conhecendo a solidão da flor, a lua perguntou: Não estas cansada de esperar? A flor respondeu: Talvez, mas preciso continuar a lutar. Porquê? Porque, se eu não me abrir, eu murcho.

Nos momentos onde a solidão parece esmagar toda a beleza, a única maneira de resistir é abrirmo-nos ao mundo.

06 setembro 2008

Fim de Tarde....!

Disco Pinguins

A Experiência...!


Há prazer, e porque há prazer há dor. Há nascimento e há morte, como o dia se segue à noite, como a sombra segue o corpo. A vida é uma misteriosa viagem que dura mais ou menos 80 anos, ou talvez menos, e esgota-se, mas a diferença consiste em que uns fazem essa viagem com harmonia, amor e compaixão, e outros fazem-na com desequilibrio, sentimentos negativos e desamor...

05 setembro 2008

Fim de Tarde...!

Em Homenagem ao P. Nuno Burguete - Kyrie Eleison/Gloria W. Amadeus Mozart

Nem damos conta...!



Há coisas que dizemos que nos ligam para sempre. Às vezes nem nos damos conta... Dizem-me muitas vezes, assim como digo também, que estou contigo, que gosto de ti, e coisas semelhantes.

Disponibilizar-me para alguém exige ter espaço em mim para essa pessoa, não estar disponível só quando tenho tempo ou me lembro. Há coisas que prometemos quando dizemos que estamos de coração. E nem sempre precisamos de estar a repetir isso, apesar de saber bem e ser bonito.

Aprendi o que quer dizer estar sempre disponível para os outros. Este sempre é muito para além do que nos apercebemos. Muito para além que a nossa maior e mais atenta fidelidade. E sinto este desafio... faz parte da liberdade estar simplesmente, sem esperar uma resposta... e lembro-me muito das vezes em que devia ainda estar mais.

Prometo estar no que digo, sobretudo em relação às coisas essenciais... e isso deve sair-me em gestos e lembranças... em entregas felizes!
Tu isto aprendi com aquele que hoje faz dois anos que nos deixou: Mestre, Amigo e Sacerdote. Sei que neste momento intercede por todos aqueles que se cruzaram na sua vida e com ele aprenderam o verdadeiro sentido da Palavra Liberdade.
Bem haja P. Nuno Burguete por tudo aquilo que me ensinou e que tanto me tem ajudado nesta altura da minha vida!

Grande Noite....!


Este espaço foi criado para falar da felicidade, da dificuldades que temos para a encontrar, mas também para partilhar momentos vividos que de alguma maneira mostrem que a felicidade pode ser vivida e partilhada.

Assim, testemunho em poucas letras a maravilhosa noite que passei, e agradeço a quem tanto insistiu para que aceitasse o convite para ir à corrida de Touros no Campo Pequeno, onde João Ribeiro Telles Jr recebeu alternativa das mãos de seu pai, João Palha Ribeiro Telles, na presença do avô, Mestre David Ribeiro Telles.

Não sou grande aficionado e muito menos entendido, mas dificilmente esquecerei as imagens que vi de união, respeito e principalmente de orgulho que o clã Ribeiro Telles mostrou a todos aqueles que estiveram presentes na praça de Lisboa.

Sensibilizou-me de uma maneira especial o grande respeito que todos os membros da família têm pelo seu Patriarca - Mestre David, foi sentido desde os brindes até ao grande carinho na maneira que o levaram até ao centro da Praça no fim da corrida.

Para mim foi uma grande lição sobre os principais valores que devem reger a nossa vida: respeito, humildade, cumplicidade e muita amizade.


04 setembro 2008

Fim de Tarde...!

O Mundo dos Outros....!


O mundo dos outros é fascinante. Não há nada tão bonito como, de repente, ser acolhido num coração sincero e aberto. A primeira sensação é de quase invasão, é tudo tão gratuito.

Nunca sei o que hei-de fazer quando se me abrem tesouros. Sinto-me pequeno perante quem dá tanto mais que eu. E sinto a importância do que me dizem, aliás, vejo-me como num espelho, e tantas vezes as respostas que dou são as que serviriam para mim.

Ou porque já as consegui, ou porque desejo alcançar o que prometo. Cada vez tenho mais noção de que sou tanto daquilo que me é dado. Sobretudo nos gestos de amor e confiança, às vezes mal percebidos, mas que mudam sempre o que existe em possibilidades de ser mais completo... (AV)

Dia a Dia


“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”

(Carlos Drummond de Andrade)